sexta-feira, 9 de maio de 2014

MÓDULO III - Desenho Universal da Aprendizagem
Comentário sobre questionário VARK

09/05/2014

Inicialmente, meu aprendizado se deu através do ensino em sua forma tradicional: ouvindo a explanação do professor e anotando no caderno o que ele escrevia na lousa. Recursos básicos: livros, enciclopédias, dicionários, cadernos, lápis, caneta e borracha. O professor era o “senhor” dos conhecimentos e nós alunos devíamos aprender o que o professor considerava importante. Exercícios e provas tinham questões objetivas e dirigidas que exigiam respostas exatas e não estavam abertas à reflexão e não consideravam a subjetividade. Até ingressar na faculdade minha aprendizagem e fixação dos conteúdos se dava predominantemente através da audição, leitura e escrita. Ao me tornar tetraplégica, fique sem poder mais fazer as anotações do que era escrito e observado por mim em sala de aula. Na faculdade, o ensino também continuou na forma tradicional, mas precisei modificar a minha forma de aprender, desprendendo-me das minhas anotações e concentrando-me e assimilando o que ouvia. Os recursos pedagógicos permaneciam praticamente os mesmos utilizados no ensino básico, acrescentando-se a esses os seminários, em que os alunos passavam a transmitir os conhecimentos aprendidos a partir dos direcionamentos do professor. Apesar de minha deficiência severa e aparente, ela não foi alvo de interesse e preocupação dos meus professores durante todo o curso universitário, com exceção da professora de Alemão, que procurou diversificar a sua forma de ensinar para me auxiliar no aprendizado da língua escrita. Ela me apresentava os textos com erros de grafia e concordância e eu deveria identificá-los e corrigi-los, ainda que oralmente. Metodologia semelhante passou a ser utilizada também pelo professor de Latim, contudo por sugestão minha. Também por sugestão minha, passei a utilizar a máquina elétrica da secretaria da faculdade para redigir as redações da disciplina de produção textual, para que o professor pudesse comprovar que os textos eram realmente feitos por mim.

Criando os meus mecanismos e estratégias de aprendizagem, conclui minha faculdade. Com a aquisição do computador, voltei a poder fazer as minhas próprias anotações, o que contribuiu muito para o aprimoramento de meu trabalho como tradutora, possibilitando-me realizar minha primeira especialização. Com o computador ficou mais fácil a consulta a dicionários, uma vez que já estavam disponíveis em versão digital. Os recursos do Microsoft Word – teclas de atalho, autocorreção, corretor ortográfico e preditor de palavras – foram e são de grande valia para minimizar os esforços da digitação e dar velocidade à ação. As anotações eram feitas pelos colegas de sala conforme as suas percepções, que poderiam coincidir ou diferir das anotações que eu faria se pudesse escrever.

Depois que comecei a lecionar, tive a oportunidade de assumir o cargo de professora regente de um centro de multimeios - que compreendia o laboratório de informática com acesso à internet, a biblioteca com sala de leitura e uma sala de vídeo. Passei, então, a dispor de muitos recursos/meios para apresentar aos professores visando contribuir com o planejamento das aulas, que certamente teriam uma motivação a mais se incluíssem, por exemplo, assistir e debater sobre um filme, apresentar seminários sobre obras literárias etc. Tive, então, a oportunidade de ser parceira de uma professora que começara uma Especialização a Distância em Informática na Educação, passando a descobrir o mundo através da internet.

Se fosse enumerar o quanto tenho aprendido com o computador e o acesso à internet, teria que me alongar muito. Por isso, para não perder o foco deste comentário, vou finalizar mencionando a pontuação obtida com as respostas ao questionário VARK.

Visual: 11
Aural: 15
Leitura / Gravação: 12
Cinestésico: 12

Ao ver e analisar os resultados obtidos a partir do questionário VARK, percebe-se que há uma equiparação/equilíbrio na pontuação, o que reforça minha certeza de que precisei forçosamente adequar o meu modo de aprender – antes predominantemente escrito e oral - às minhas novas circunstâncias - à época predominante oral – devendo modificar e diversificar a minha aprendizagem, ou seja, multimodal.


Nenhum comentário:

Postar um comentário